20 de janeiro de 2014

Há dias em que aquela minha voz interior não se cala com um (irritante) Percebeste? Ou queres que te faça um desenho?!



Estes senhores resolveram fazer o trabalho por ela. Eu agradeço. E sim, já percebi. Juro! 

(Querida voz interior, dá para agora me deixares dormir descansada mais amiúde? Corro o sério risco de me estar a assemelhar ao Gaspar e não, não me estou a referir ao meu cão.)

*




A rua até ao campo está coberta com o manto branco que tanto gostavas, as japoneiras não podiam estar mais bonitas e a Angelina continua com a tradição de fazer autênticos banquetes com as pétalas, ramos, folhas, terra e musgo que vai colhendo por todo o jardim. Ela tem uma perdição pelas tuas camélias, chamas-lhes rosas brancas sempre que não se lembra do nome e diz que são as tuas flores.
Eu continuo a trazer-te comigo e a espalhar um bocadinho de ti pela casa toda. Ajuda a aliviar as saudades e bem sei que gostas de ver as jarras enfeitadas - ensinaste-me bem, todos dizem que herdei a tua atenção e o teu amor aos detalhes.

Parabéns, avó. Continuas em todos nós e fazes cada vez mais falta.