10 de julho de 2012

Por vezes os aviongas voam devaraguinho.

 

Há alturas em que sinto saudades do tempo em que ele cabia perfeitinho no meu colo, dos rabiscos em tudo o que era livros ou papéis mais ou menos importantes, dos cafunés que me pedia para adormecer, da maneira como me chamava Nana, do seu bilinguismo trapalhão, das horas intermináveis em que me obrigava a montar Legos e Transformers e a construir cidades improváveis para os seus carrinhos em miniatura, das noites em que se escapulia para a minha cama, das primeiras idas ao cinema e das centenas de VHS e DVDs que vimos juntos. Há momentos em que dou por mim a olhar para o rosto dele e a duvidar que já se tenham passado 21 anos desde aquela tarde gelada de Janeiro em que me conquistou para sempre, no instante em que o vi, com apenas alguns minutos de vida.
Depois, há dias como o de hoje, em que trocamos dicas de filmes, vídeos, músicas e livros como quem troca cromos daqueles prateados ou dourados, os mais valiosos e, por isso mesmo, mais raros, e penso para com os meus botões: a vida não pára e está muito bem assim.  

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